Manual Resumido de DX, Diplomas e Contestes
Publicado 03. Jun, 2007 por PU2LAA - Junior Zappia como Artigos
Por PY6KW – Marcelo Mendonça |
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Uma das melhores características do radioamadorismo é a sua flexibilidade. Em outras palavras, nosso passatempo pode ser quase tudo que você quer que ele seja. Se você está procurando relaxamento, excitação ou um modo para expandir seus horizontes físicos e mentais, o radioamadorismo pode ser o caminho para isso. São diversas as atividades típicas dos radioamadores que propiciam a satisfação dessas necessidades. Vamos a um resumo delas:
Net (ou rodadas) Demonstrações públicas Redes de emergência Rádio-localização (ou caça à raposa) Contatos via satélite Comunicações digitais Reflexão Lunar (ou EME), Caudas de Meteoros ou Auroras Conteste (ou concurso) DX Conquista de Diplomas Daqui a diante, nós vamos nos concentrar nessas três últimas atividades – CONTESTE, DX e DIPLOMAS. Para praticá-las, precisamos de algumas poucas coisas, que estão enumeradas abaixo e explicaremos em seguida: 1. A existência de propagação para longa distância; A propagação para longa distância, quando existe, ocorre de acordo com a faixa que vai ser utilizada. Nos 160, 80 e 40 metros ela vai do anoitecer até o amanhecer. Nas demais faixas do espectro de HF, ou seja, nos 30, 20, 17, 15, 12 e 10 metros ele varia durante as vinte e quatro horas do dia, tanto em intensidade como em direção. Em fonia, o câmbio da palavra deve ser feito dizendo-se o indicativo de chamada da estação que vai falar e em seguida o da estação que está passando, ou passou, a palavra. Além do Código Fonético Internacional estabelecido pela UIT , existem outros que devem ser também conhecidos, pois são utilizados por alguns operadores e você, se não os mantiver na memória, poderá se confundir quando ouvir alguém fazendo uso deles (os códigos fonéticos mais usados estão no ANEXO 1). Quando você for dar uma reportagem de sinal, faça-o de maneira precisa e utilizando o Código RST (Reportagem, Sinal e Tom), disponível no ANEXO 2. É possível manter contatos DX com muitos países usando apenas o nosso idioma. Na América do Sul, Central e Caribe, fora o Brasil, a maioria dos outros países fala o Espanhol. Na Europa, além, é lógico, de Portugal, temos facilidade de entendimento com a Espanha e há muitos portugueses espalhados pelo continente, notadamente na Bélgica e França. Na África existem alguns países que foram colônias portuguesas, como Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Açores, Madeira e Cabo Verde, ou foram ou ainda são da Espanha, como as Ilhas Canárias, de Ceuta e Melillia e Balearic. Na Ásia temos Macau, ex-colônia Portuguesa devolvida recentemente à China e, na Oceania, o Timor Leste. Se for necessário o uso do idioma inglês, não se assuste. Mais adiante relacionamos as palavras e frases mais usadas e o seu significado na nossa lingua. Não tenha vergonha de errar ou pronunciar mal as palavras no idioma inglês, pois embora seja o mais utilizado ele não é dominado por todos os operadores que não têm origem nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido ou Austrália. Com a prática contínua do DX pelo uso das palavras contidas no texto “ALGUMAS PALAVRAS E TEXTOS EM PORTUGLÊS”, que você lerá mais adiante, você ficará tão bom de pronúncia que vai ser até elogiado. Existem duas formas de se iniciar um contato DX – chamando geral DX (CQ DX, CQ DX, CQ DX, de PT2AA, por exemplo) ou respondendo a um chamado desse tipo (nunca se esqueça que CQ já quer dizer “chamado geral”, portanto, jamais diga CQ Geral!). Quando se quer direcionar o chamado para um determinado continente, área, estação ou país, basta fazer o chamado dizendo isso, ou seja, CQ DX Portugal, CQ DX Portugal, CQ DX Portugal, de PT2AA, por exemplo. A lista dos prefixos indicados pela UIT para cada país está no ANEXO 4 (visite http://www.itu.int/radiocIub/rr/aps42.htm). Registrar os contatos em um “livro”, além de ser exigido pela Norma que regula o Radioamadorismo, é fundamental para quem faz DX. Tem gente lá fora que manda cartão QSL mesmo só tendo conseguido ouvi-lo e, não nos esqueçamos, contato para radioamador tem que ser bilateral, ou seja, as duas estações têm que ouvir uma à outra. Além disso, o livro de registros serve para você acompanhar a remessa e o recebimento dos cartões QSL. No ANEXO 5, sugerimos um formato de página para o seu livro de registros. Depois de feito o contato e lançado no livro de registro, precisamos preencher e enviar o cartão QSL, o documento que melhor o confirma. A remessa do QSL pode ser feita via BURÔ (LABRE, no nosso caso), ou direto (pelos Correios). No cartão que for enviado através da LABRE anote, no verso, no canto superior direito e em letras grandes, o indicativo de chamada da estação que foi contatada ou o do QSL MANAGER (se o cartão for “trocado” através dele). Com isso você estará ajudando os colegas colaboradores da LABRE que separam os cartões por países, para depois empacotá-los e mandá-los para os Correios. Nas remessas que você fizer diretamente via Correios, não se esqueça de colocar no envelope, além do QSL, é lógico, também um envelope pronto para o outro colega te mandar o dele, bem como os IRC , se for o caso de alguma figurinha. Os regulamentos dos diplomas e das competições podem ser obtidos junto às entidades ou pessoas que as patrocinam, via correio ou internet. Procure não participar deles sem conhecer pelo menos os detalhes relativos às informações que tem que ser trocadas em cada câmbio. Na internet existem diversas páginas dedicadas ao radioamadorismo que abordam os temas acima, além daqueles outros. Se você acessa a WEB, experimente uma visita ao site do Rod Dinkins -AC6V ( http://www.ac6v.com ), que tem atalhos para acesso a centenas de páginas ligadas aos mais diversos assuntos radioamadorísticos. Para saber quais estações DX estão no AR, vá à página http://oh2aq.kolumbus.com/dxs/hfdx25.html . No Brasil; além da revista Eletrônica Popular, QSL e QTC Magazine, o QTC Falado da Confederação LABRE(4) reporta informações sobre esses assuntos. Agora que você já sabe o básico, aqui vão algumas dicas para facilitar os seus contatos DX, tanto para a conquista de diplomas quanto para a participação em contestes: 1.Antes de começar algum chamado, nunca se esqueça de perguntar se a freqüência está em uso ou não, dizendo: “esta freqüência está ocupada?”, ou “is dis frêquenci in iúsi ?“, em “portuglês”. 2.Só responda a um chamado DX após ter anotado o indicativo de chamada da estação que chama, de forma completa. 3.Quando muitas estações estiverem chamando aquela com quem você quer falar, espere que ocorra um pequeno silêncio e faça a sua chamada reportando apenas as duas últimas letras do sufixo do seu indicativo de chamada. Se a outra estação conseguir te escutar com clareza, ela mandará que você complete o seu chamado (< seu sufixo > “complíti iór cal”). Aí, é só você passar o indicativo de chamada e a reportagem de sinal e pronto. Se você for perfeitamente ouvido, a outra estação dirá o seu indicativo de chamada e a reportagem de sinal da tua estação e, com isso, o contato estará concluído. 4.Não chame uma estação nos intervalos de câmbio, espere que ela pergunte “quem chama” — quiu ér zéde (QRZ). 5.Se uma estação está chamando em ordem de números, não conteste antes que chegue o do seu indicativo de chamada, no nosso caso de Brasília, Goiás, Tocantins e São Paulo, o número 2: “quíu ér zéde (QRZ) nâmbêr tchúl”. 6.Se o chamado for apenas para outro país ou continente que não o nosso, não o conteste. 7.Transmita, no máximo, as informações essenciais ao registro completo do contato: indicativo de chamada, nome do(a) operador(ora), cidade e RS(T). Em “portuglês”, após recebermos a palavra, diríamos: “mái nêimi is <seu nome>, de quiutiêiti is <sua cidade>, êndi ióur uríport is fáivi bái náini. Traduzindo para o português, teríamos dito à outra estação: “meu nome é<seu nome>, o QTH é <sua cidade>, e a sua reportagem de sinal é 5/9”. 8.Nos seguimentos de faixa direcionados para o DX, não fique batendo papo em português. Veja, no ANEXO 6, a segmentação de banda por modo de operação, determinada pela tradição e consenso, nos EUA, e aplicada pelos operadores “civilizados”. Algumas palavras e textos em “Portuglês” Palavras:
Textos: Chamado Geral: “Ciquíu diéx, Ciquíu diéx, Ciquíu diéx, from” <seu indicativo de chamada> “istendbáí”. Se alguém responder ao teu chamado e você não conseguir ouvir bem o indicativo dessa estação, pergunte: “quiuérzédi diés, from <seu inditativo de chamada>? Respondendo a quem te respondeu: “<seu indicativo de chamada> from <indicativo de chamada da estação que te contestou>, mái nêimi is <seu nome>, mái quiutíêiti is Brasília, de quépital, êndi ióur uriport is <R> bái <S>. Séventitrí êndi gúdi diéx. <indicativo da estação contatada> from <seu indicativo de chamada>”. Ao continuar fazendo DX, antes de fazer outro chamado completo tente apenas perguntar “quiuérzédi diéx, from <seu indicativo de chamada>?”. Se houver alguém aguardando oportunidade certamente se apresentará para o contato Relação de Códigos Fonéticos Na operação cotidiana de sua estação, o radioamador tem oportunidade de ouvir inúmeras maneiras de deletrear seu indicativo de chamada por parte de alguns colegas e, às vezes, inventadas por eles mesmos, esquecidos da ilegalidade de tal atitude. Veja, a seguir, as formas mais comuns. O da ICAO, é o indicado pela Norma 31/94 para quaisquer contatos (domésticos ou não). Os de peças de rádio e o geográfico são permitidos, pela mesma Norma, apenas nos contatos domésticos. O de nomes é utilizado por alguns radioamadores norte-americanos em contatos locais.
A Reportagem e a Legibilidade dos Sinais É importante que todo radioamador, logo no início do seu QSO com outro, dê a reportagem numérica dos sinais. Essa prática possibilita antecipar o conhecimento das condições em que se realizará o contato. Essa reportagem deve ser honesta, sem “confete”. Internacionalmente, essa reportagem é dada por 2 números, em fonia, e 3, em CW. São conhecidas como RS(T). A letra “R” corresponde à legibilidade, a “S” à intensidade e a “T” (somente em CW) ao tom. Veja, a seguir, o que representa cada número, na sua respectiva posição: Na legibilidade (letra “R”) a numeração vai de 1 a 5: 1 – não legível; Na intensidade (letra “S”) a numeração vai de 1 a 9, sendo: 1 – sinais fraquíssimos, apenas perceptíveis; Em CW (telegrafia) acrescenta-se a letra “T” (correspondente à qualidade e pureza do tom – nota musical) cuja numeração vai de 1 a 9: 1 – nota extremamente áspera e sibilante; Em CW ainda são usados sufixos após as letras “RST”, tais como: x – que quer dizer: sinais puros como cristal; Exemplificando – quando se recebe uma reportagem RST-559-X, temos: R – corresponde ao primeiro número 5, que quer dizer legibilidade perfeita; Isso quer dizer, em suma: legibilidade perfeita, boa intensidade de sinais, tonalidade extremamente forte e musical, e sinais puros como cristal. Convém não esquecer que, em telegrafia, um sinal poderá possuir um tom 9 com “piado” e “clique” e ao mesmo tempo ser musical. Outras vezes, o sinal poderá ser forte e puro, porém pouco legível, por excesso de velocidade. No entanto, se a reportagem vier acompanhada das letras QRN, por isso só essas letras dizem tudo. Em fonia, quando os sinais se apresentam extremamente fortes, passando de 9, portanto, costuma-se dizer que os sinais são 9 mais tantos Db, de acordo com a intensidade apresentada pelo S- meter (medidos de sinais) do seu receptor. Ao darem reportagem dessa forma, acrescentam-se ao sufixo a palavra plus , que em inglês, quer dizer sinal de mais (o sinal da adição “+”). Exemplificando, uma reportagem 59+10Db, significa que: • a legibilidade é 5 (legibilidade perfeita); Nota: No código “Q” as letras “QRN” significam perturbação por estática. Código de prática operacional voluntária dos 6 metros Versão LABRE/SP, v1.2, Outubro de 2000; para o Estado de São Paulo, Brasil. Emitido e apoiado juntamente por:
Esta recomendação, originalmente e internacionalmente conhecida como ” Voluntary Operating Code of Practice” , foi publicada pelo UKSMG com participação até o momento da JAROC , HARDXA , SIXITALIA, DRAA e LABRE-SP . Nesta linha esperamos que muitas outras Sociedades radioamadorísticas de todo o mundo busquem adotar estas recomendações ao longo do tempo, adaptando-as às suas regulamentações locais. O Código é dirigido para todos os radioamadores operadores dos 6 metros, na esperança que a sua compreensão possa tornar o uso espectral mais produtivo e divertido para todos. Agora que o uso da banda dos seis metros está potencializado com as altas de propagação do ciclo solar 23, é muito importante que a maneira que cada um de nós utilizamos esta banda não prejudique outros amigos radioamadores que operem nos 6 metros, deteriorando a habilidade de todos trabalharem uma estação DX. Por favor, leia estas recomendações cuidadosamente e tente adotá-las, as respeitando diariamente. Do contrário, sua prática operacional irá trazer má reputação para a sua estação e pessoa. Você automaticamente representa seu país toda vez que transmite. Caso não respeite as normas e convenções aceitas internacionalmente você estará, efetivamente, trazendo uma má impressão até mesmo para os próprios companheiros radioamadores do seu país! 6m como uma banda para DX: PLANO de banda local: 50.000 a 50.100 MHz – CW, emissões de sinais piloto, reflexão lunar; QSOs Locais: Aperinda a ouvir: 50.100 – 50.150 Janela de DX: Como o segmento de DX é altamente ocupado, sempre escute antes de chamar e sempre questione se a freqüência está em uso. Indicamos a mesma prática inclusive para qualquer potencial emissão em qualquer freqüência de amador. Apenas porque você não escuta nada, isso não significa que a freqüência não está ocupada ou mesmo em uso por alguma rara estação de DX. POR FAVOR, SEJA COMPREENSIVO e evite QSOs locais no segmento de DX o máximo possível. Nota: Algumas estações européias podem transmitir em seis metros apenas acima de 50.200 MHz. Portanto mesmo nestas freqüências preste atenção para as atividades Dxistas. 50.110 Frequência Internacional de Chamada: Não promova ou encoraje pile-ups em 50.110: 50.110 Chamando CQ: O CQ ocasional é benéfico quando ele pode descobrir uma abertura não conhecida. Se você estiver escutando intensamente por sinais débeis exóticos por horas em 50.110 e um CQ aparecer, ao invés de falar rudemente para ele sair, peça gentilmente para ele fazer QSY e diga a ele o porquê ou o que você esta ouvindo e, por favor, decline seu indicativo . Claro, isto se aplica a toda e qualquer outra freqüência em 6 metros. A grande maioria dos operadores é compreensiva e agirão assim – provavelmente porque eles próprios gostariam de trabalhar a estação DX. Da mesma forma se você estiver ocupando 50.100 e alguém pedir gentilmente para você fazer QSY e lhe dar uma razão para isto, faça desta forma sem iniciar uma discussão. Lembre-se que você esta compartilhando este recurso com milhares de outros operadores. Se você realmente precisa chamar CQ em 50.110, pense duas vezes, escute por 5 minutos, cruze as pernas, conte até 100 e, se o desejo incontrolável ainda persistir, vá em frente e chame, mas seja rápido e claro, evitando CQs intermináveis. Depois não esqueça de fazer QSY para completar um QSO. Técnicas de QSO: No contato seja breve e direto ao assunto já que existem outras estações que estão aguardando a oportunidade de fazerem o QSO DXista. Não perca tempo trocando informações desnecessárias como nomes, QTH, equipamento, clima e assim por diante. Evite o supérfulo , apenas troque seus indicativos e confirme suas reportagens de sinal. Permita que outras estações façam o contato com a estação de DX. Evite transmitir todas as informações extras, a não ser que seja solicitado. Existem poucas oportunidades para trabalhar algumas estações e se suas práticas operacionais evitam que outros possam fazer contato com esta estação, estes DXistas irão lembrar-se por muito tempo que você foi responsável por isto. Operação em ‘Pile-Up’: Se um QSO foi interrompido devido ao QSB ou QRM, não tente completá-lo indefinidamente. Use seu bom senso e tente chamar mais tarde ou em outra oportunidade. É certo que outros estarão ouvindo bem e poderão completar o QSO. Siga a estação DX e não chame de volta imediatamente se ela estiver trabalhando outra estação. A mensagem é simples: tente evitar transmitir em cima da estação DX. Isto não lhe trará nenhum benefício e deixará seus amigos Dxers aborrecidos. Operação em Split: Entretanto a operação split em 6 metros pode causar também uma tremenda interferência em outros DXistas que, obviamente não por sua culpa, estariam operando simplex no mesmo trecho que a operação split da estação DX anterior. Para minimizar esta interferência é pois recomendado um máximo split de 10 KHz (dez kilohertz). QSOs Duplicados: Operação emCW: QSOs Em FM: Outros modos : Nota: Este código poderá ser atualizado pelo UKSMG, HARDXA, JAROC, SIXITALIA, DRAA e LABRE-SP para refletir as condições de licenciamento e práticas operacionais de suas respectivas áreas. (1) Greenwich Mean Time, também conhecido como UTC – Coordinated Universal Time |