O futuro é agora
Publicado 07. Nov, 2018 por PY2JF - João Roberto como Artigos
Enviado por PY2PW, Cal.
O futuro é agora
Quantos de nós já não foram surpreendidos, com o avançar da hora, durante o dia ou à noite, por estarmos engajados na construção, desenvolvimento e aprimoramento de antenas, amplificadores lineares, linhas de transmissão, equipamentos de construção próprios, filtros, microfones etc.
Alguns de nós mais adeptos à prática de uma modalidade, outros mais ligados a outras.
Quantas vezes deixamos de estar com nossos familiares e amigos em detrimento dos estudos e desenvolvimento pertinentes ao nosso hobby sobre os mais variados assuntos.
Radioamadorismo é assim, caracteriza-se pela ajuda mútua entre os seus integrantes e principalmente pela pesquisa e seu desenvolvimento e através destes, grandes avanços foram incorporados aos equipamentos de amador.
Já não é de hoje que convivemos com o ingresso cada vez mais intenso, da digitalização nos transceptores de amador, no que tange à recepção e a transmissão de sinais variados, sem levarmos em conta a facilidade com a qual o processo digital interage nas mais variadas modalidades inseridas no radioamadorismo.
S meters, Tuners, Memórias, Scans, Menus, Displays, mudanças e avanços em geral, sejam através de um simples controle de equalizador interno de microfone ou em um sofisticado sistema de variação na banda passante de RX e TX, através de processadores cada vez mais rápidos, precisos e eficientes.
Vemos e presenciamos a cada dia, que as experiências realizadas por nós radioamadores, foram e continuarão a ser incorporadas aos lançamentos dos fabricantes. Neste sentido, estaríamos ficando para trás diante da comunidade radioamadoristica internacional com a aprovação da consulta pública n° 39?
Esta se aprovada na sua originalidade, não suprimiria o direito irrefutável dos radioamadores a desenvolver a cada dia, não somente dentro das pesquisas destinadas ao processamento de áudio, seja ele em AM ou SSB, o estudo e análise que precisamos ter para criar, arquitetar e elaborar novos experimentos, sejam eles em modalidades já existentes ou que porventura futuramente estejam presentes entre nós?
Limitar nosso espírito investigativo, evento que acreditamos ser, senão o maior, porém um dos mais importantes dentro do nosso objetivo, como pesquisadores, soa no mínimo como uma ação imperativa, que não somente vai de encontro à modalidade de SSB, limitando-a à 2700hz de BW, mas atinge de forma nevrálgica os radioamadores que praticam a modalidade de AM.
Estes necessitam de variabilidade, spectro amplo e ausência total de amarras para idealizar, projetar, construir, testar, alinhar, ajustar e por fim, transmitir através de suas criações que abrangem muito mais do que os 6000hz de BW, estes propostos pela consulta pública n° 39.
Seria a limitação o caminho correto para melhor dispor nossas transmissões dentre as bandas de amador?
Passamos por um momento em que o ingresso no radioamadorismo se apresenta menor a cada dia. Menos cidadãos aderem ao nosso hobby, face outras formas de comunicação existentes, mais práticas, dotadas de menor esforço e sem a necessidade de estudo para crescimento próprio ou mútuo. Tal situação nos leva a acreditar que com o passar do tempo mais espaço e lateralidade existirá dentre as frequências e bandas de amador.
É justo cercear nosso autoexame e a nossa característica motora de ir e vir, de uma para outra modalidade, engessando-as mais e mais a cada dia?
Afinal não somos radioamadores por necessidade ou por imposição? Fazemos parte desta magnífica instituição porque nos identificamos fielmente com os experimentos que todos, anteriores a nós e os que vierem pela frente, executaram e proporcionarão respectivamente.
A tecnologia trouxe uma série de benefícios para a humanidade e para nós radioamadores.
É muito importante que os avanços tecnológicos, com os quais nos relacionamos todos os dias, sejam entendidos, assimilados e aceitos cada vez mais por nós radioamadores, para que assim desenvolvamos com respeito, cordialidade e principalmente sem podas o nosso hobby, seja em qualquer modalidade que por casualidade estiver disponível dentro do radioamadorismo.
Assim sendo sugerimos aos leitores deste texto, profunda reflexão sobre o que a consulta pública n° 39 propõe, no que diz respeito à limitação de banda passante de transmissão em 2700hz para SSB e 6000hz para AM, haja vista que o maior bem que possuímos dentro do nosso hobby é a liberdade para proferir de maneira investigativa as nossas experimentações calcadas principalmente encima do apreço e admiração que possuímos para com o radioamadorismo.
Humberto Pellegrini
PY1TTN
Link para a consulta pública 39: Clique aqui