A Revolução I-Link
Publicado 06. Jun, 2001 por PU2LAA - Junior Zappia como Artigos, Notícias
Por PY2JF – João Roberto S. Gandara Ferreira | |
Fazia tempo que não aparecia nenhuma grande novidade no radioamadorismo, as coisas iam devagar, sempre aparece uma novidade ou outra, mas dessa vez foi pra valer, dessa ver será uma revolução no radioamadiorismo mundial. Imagine você falando do seu carro, em um rádio de VHF ou UHF, com um radioamador na outra ponta do Brasil! Parece impossível? Imagine então você, através da repetidora da sua cidade, podendo falar com o Japão, Estados Unidos, Canadá, Austrália ou qualquer outro país do mundo que desejar! E isso tudo sem depender de propagação, você fala a hora que desejar! Acredite, isso já está acontecendo, a revolução já chegou. E ela se chama I-link (pronuncia-se ailink). A repetidora do Clube de Radioamadores de Americana de UHF, a PY2KJF – 439.550MHz foi a primeira repetidora da America Latina a fazer parte dessa rede mundial do I-Link. Como tudo começou Muitos radioamadores já experimentaram inumeras maneiras de se comunicarem através da internet, as mais conhecida era o Paltalk. Antes mesmo dele havia o Internet Phone da vocaltec, mas até então todos eram softwares que permitiam qualquer pessoa e não apenas radioamadores se comunicarem, e claro, com as limitações de tecnologia da época. A diferença hoje é que o I-Link foi feito por um radioamador para o radioamador. E com a tecnologia já bem mais adiantada na área de voz sobre IP, o resultado é hoje uma comunicação com qualidade de áudio incrível, posso dizer que é Hi-Fi comparado ao áudio de nossos rádios, e com a segurança de que só radioamadores podem usar o sistema. Isso garante que, mesmo via internet, você se sinta operando um rádio. O idealizador e criador do sistema, MOCSH – Graeme, queria as seguintes características básicas do sistema: A possibilidade do usuário acessar o sistema de qualquer PC conectado a internet de uma maneira simples e com as informações de onde estão as estações e se estão ativas. Que os usuários móveis tenham controle para poder escolher em qual estação se conectar via DTMF. E por fim que tivesse um sistema seguro de como registrar o radioamador consultando a validade de seu indicativo. Ah, claro, e a lista negra, se um radioamador não se comportar, será bloqueado e não acessará mais o sistema. Então em maio de 2001 nascia o I-Link. O único sistema que chega próximo ao I-Link é o projeto IRLP (www.irlp.net), mas esse não permite que usuários acessem as repetidoras pela internet e exige que o computador use Linux, que acho que nem todos gostariam disso. E também tem mais, o IRLP usa uma interface proprietária, você só poderá comprar de um único fornecedor, já o I-Link poderá ser comprado de várias fontes e com o mesmo preço de U$38,00. Você pode até mesmo contruir a sua! Isso tudo começou em maio de 2001, mas apenas duas semanas atrás a coisa virou uma febre. Cada radioamador que descobre esse mundo conta pra mais 3! Imagine como isso irá crescer daqui pra frente! Para ter uma idéia da importância desse acontecimento, as revistas americanas QST e CQ estarão publicando reportagem de capa sobre o I-Link na edição de março. Nós nos antecipamos e os frequentadores do site do CRAM estão sabendo em primeira mão. Aqui no Brasil o pioneiro a fazer parte do I-Link foi o PY8AZT – Luciano e logo depois o PT9EB – Elias. Eu fiquei sabendo disso quase que por acaso, quando o Fabio – PY2FI fazia pesquisas sobre repetidoras pela Internet em meu shack e encontrou algo sobre o I-link. Como ele funciona Temos 3 maneiras de operar com o I-Link, vejam cada uma delas: Acessando de um computador pela internet. O radioamador acessa o servidor I-link e obtém a lista das estações ativas, escolhe uma delas e se conecta a ela. Daí em diante basta apenas apertar o botão de transmitir para falar com a estação do outro lado. Funciona em modo half-duplex como um rádio, enquanto um fala o outro ouve. Essa é uma das melhores opções, pois poderá fazer DX com o mundo todo, treinar outros idiomas e até receber QSLs! Acessando por um rádio no simplex O radiomador tendo uma conexão banda larga em casa, mais a interface e um rádio, poderá deixar uma freqüência simplex para ser sua porta de entrada ao Acessando através de uma repetidora Essa é a opção mais atraente, pois com apenas uma interface I-link, uma conexão Internet banda larga e um rádio para enviar e receber o sinal da repetidora de sua cidade, você estará conectado ao mundo do carro ou HT. Por toda a cobertura da repetidora poderá modular com os mais distantes países. E todos poderão desfrutar dessa conexão sem cada um ter que ter sua própria conexão banda larga. Os testes com nossa repetidora de UHF Desde 04/02/2002 a PY2KJF – 439.550MHz do CRAM está disponível pelo I-link. Com uma conexão banda larga de 500K, a interface e um rádio de UHF, estamos aptos a fazer link com qualquer repetidora da lista do I-link do mundo, além dos mais de 9000 (e crescendo) radioamadores que podem nos acessar partindo da Internet. Em apenas 3 dias já contactamos às seguintes cidades: Los Angeles, Houston, New York, Miami, Seattle e outras dos Estados Unidos; Toyota no Japão, Melbourne na Austrália, Toronto no Canadá, Londres na Inglaterra, Punta Vista na Argentina e uma cidade que na Tazmania (Era um radioamador de 9 anos! Falou impecavelmente, deixando muito distante a maioria dos operadores geração 2000). Aqui no Brasil já fizemos link com Belém, São Paulo, Campo Grande e outras cidades. Comportamento de primeiro mundo Todos sabem que o VHF (UHF ainda anda imune) está muito mal freqüêntado. É difícil encontrar uma repetidora onde não apareçam engraçadinhos de todos os tipos, portadoras, palavrões e outras coisas de matar de inveja os mais ferrenhos pitimbadores dos 11 metros. Mas ao se usar o I-link, acho bom todos se lembrarem dos bom modos, se nunca viram o que é isso perguntem aos radioamadores mais antigos. Sem nenhuma excessão, todos os contatos que tivemos foi percebido uma polidez muito grande por parte desses radioamadores do primeiro mundo. Todos, sempre, ao chamar ou passar a palavra declinavam o indicativo, todos foram extremamente educados e cordiais. Falam pausadamente e mesmo quando em contato direto das duas partes pela internet, sempre passam a palavra através do uso do indicativo. Portanto é muito importante que todos os interessados em participar dessa modalidade escutem por um tempo para saberem como se comportar, nada de entrar dizendo que não tem indicativo e que está esperando os exames ou bobagens desse tipo. Lembrem-se que o alcance é mundial, não vamos exportar esse lixo que freqüenta a faixa do VHF para o mundo. Por esses motívos é de suma importância que o mantenedor da repetidora fique atento ao comportamente dos usuários. Figurinhas Carimbadas Os brasileiros, por ainda serem em pequeno número no I-Link, são considerados como figurinhas carimbadas, basta você ficar ativo na lista que a cada 10 minutos alguém vai querer falar com você. Prato cheio para quem coleciona QSLs. Como 99% das estações que operam hoje são de língua inglesa, é bom saber um pouco de inglês. Resumindo, o I-Link veio para revolucionar a maneira de fazer radioamadorismo, uma modalidade que não depende de propagação e nem antenas ou rádios caríssimos. A menos de uma semana com esse software, já contactei mais países do que em todo os meus 24 anos de radio. Fico aqui imaginando que passamos um ano tentando fazer um link entre o interior e a capital e não conseguimos, isso porque nem todos os radioamadores tem esse interesse, não querem suas repetidoras com tráfego, não querem se comunicar. Mas com o I-link não precisamos mais falar só com São Paulo, agora falamos com o mundo. |
Thiago
Mar 11th, 2013
Boa Noite,
Por favor , procuro ilink já abastante tempo e não encontrei até hoje, vocês podem me dar dicas onde consigo o ilink?
FERNANDO BARROS
Oct 31st, 2013
Saudações amigos.
gostaria de usar o I-link onde o encontro?
forte 73 de Fernando PY5DF MARINGÁ – PR